sábado, 12 de outubro de 2013

Jerusalém, Mar Morto e Tel Aviv




No inicio deste Verão de 2013 partimos para Israel, tendo quase uma semana para explorar o melhor que este país têm para oferecer.
Os Israelitas são um povo acolhedor, simpático e prestável. De todas as vezes que paramos na rua para ler um mapa, éramos sempre abordados por alguém que nos oferecia sugestões de chegar ao nosso destino. Sempre com um inglês fluente, nunca tivemos problemas para nos comunicar. Foi talvez mais tranquilo visitar Israel do que o Rio de Janeiro mesmo falando a mesma língua. O serviço militar é obrigatório então é comum ver pessoas fardadas nos mais diversos lugares, almoçando, passeando, ou apanhando o autocarro conosco. Fiquei com uma enorme vontade de voltar ou talvez até morar em Tel Aviv. Israel mostrou-se um país rico e surpreendente.







Chegamos a Tel Aviv durante a semana pelas 11:30 PM. O movimento da cidade assemelhava-se ao diurno de uma outra qualquer capital. Estava um pouco apreensiva, pois os conflitos nos países vizinhos me criavam medos desnecessários. O aeroporto Ben Gurion é talvez um dos maiores e mais modernos que já visitei - a grandiosidade deste aeroporto acaba no retorno por se tornar em algo complicado e demorado. O aeroporto têm comboio que conecta o aeroporto ao centro da cidade por um bom preço. Chegando à estação Tel Aviv HaShalom foi só erguer o braço para apanhar um táxi, seguindo para o nosso destino da primeira noite. Sem qualquer medo ou ameaça se caminha à noite por Tel Aviv, e nós optamos por jantar no Moses, uma cadeia de restaurantes que prepara uns hamburgueres deliciosos e que se encontra espalhada pela cidade.
Tínhamos planeado que começaríamos com Jerusalém e o Mar Morto retornando para Tel Aviv no final da visita.



Decidimos que iríamos com uma companhia turística para Jerusalém, e com eles visitaríamos os dois pontos turísticos. Penso que foi uma ótima ideia uma vez que não nos tivemos de preocupar com aluguer de automóvel, gasolina, GPS, etc. No entanto, para quem for mais aventureiro, aconselho vivamente o aluguer de um automóvel ou uma moto. As estradas são extremamente boas, seguras e bem sinalizadas. Fomos com a Bein Harim, e aconselhamos a todos que procurarem a mesma opção.





Chegando a Jerusalém, que fica bem no cimo de uma montanha, cercada com as suas muralhas... fiquei muito entusiasmada e com vontade de voar até lá dentro para engolir tudo o que via. No meu caso, estava com expectativas muito grandes de visitar esta cidade milenar desde ano e a comoção era grande. Jerusalém é dourada e cor de areia, com um céu azulão a cruzar todos os seus horizontes. Existe uma espécie de poeira clara que banha os edifícios e montanhas. É sem dúvida deslumbrante. Jerusalém não é tão Souk quanto Marraqueche, mas facilmente nos perdemos por lá se não  houver um guia ou um bom sentido de orientação aliados a um mapa.



A Cidade está dividida em 4 partes, Judeus, Muçulmanos, Arménios e Católicos. Para uma cidade do  médio oriente, é de salientar como a organização impera, independentemente dos bairros. Há vários lugares para visitar, entre o Santo Sepulcro, o Muro das Lamentações, a Mesquita Al-Aqsa, a Torre de David entre muitos outros, é importante antes de visitar esta cidade ter em mente do quanto turística é e de que infelizmente muitos lugares sagrados não são tão respeitados quanto deveriam. Fora das muralhas da cidade, o mais importante se foca no Monte das Oliveiras. Não querendo retirar o charme deste lugar, penso que acabou por se converter num cemitério de cal que se estende quase até onde a vista alcança. Dentro de muitas curiosidades vimos o lugar onde Judas se enforcou, onde Jesus rezou antes de ser julgado, a Via Dolorosa. Enfim, uma parafernália de coisas, das quais não quero retirar a primazia da descoberta a futuros visitantes. 






 



Lembrem-se também que a Jerusalém que está à vista de todos hoje em dia, não é a mesma de há 2000 anos atrás. Jerusalém está 20 metros acima da sua estrutura original. 




Os lugares que mais me fascinaram foram a suposta pedra de mármore avermelhada onde Jesus foi lavado depois de morto. O beatismo em volta daquela pedra era imenso, mas pareceu-me dentro de tudo ao meu redor o que mais se assemelharia com a realidade. O Lugar onde Jesus foi sepultado levava uma fila de várias voltas num enorme salão. A espera era longa e decidi não visitar. Senti-me um pouco traída, pois como católica, pareceu-me que deveria ser um lugar mais digno, onde o silêncio deveria imperar e não ser permitido tirar fotografias... mas enfim. 








O outro lugar que gostei de visitar no Santo Sepulcro foram dois túmulos bem no início das fundações do Sepulcro. Parecia estar a uns 15 metros abaixo do nível térreo. Parecia original e mantido nas condições primárias. Depois à medida que mais descobríamos sobre Jerusalém víamos que há muitas teorias sobre onde pode ter sido o túmulo de Jesus. Enfim. O nível de descrentes ao meu redor aumentava à medida que as horas passavam. Mas tentei manter-me fiel ao que acreditava e selecionando apenas o que mais gostei de ver.
Era apenas Junho, mas estava tanto calor. Procuramos uma sombra para almoçar no último andar de um edifício no centro da cidade. Almocei com vista para todos os grandes edifícios de Jerusalém e com um calor abrasador, que se acalmou apenas com a quantidade de refrescos com que bombardeei o meu corpo.




Seguimos com a  Bein Harim para o Mar Morto. Sinceramente sugiro que não passem muito tempo aí, a não ser que haja um pacote incluído de SPA. O Mar Morto, é exatamente um mar sem vida, com níveis de salinidade extremamente altos. O ponto mais abaixo a nível do mar no nosso planeta. A água é tão salgada que queima os olhos e a boca - é importante não fazer uma tentativa de beber água do mar morto - não vale mesmo a pena. A praia que envolve o mar é de lama, uma lama com propriedades e sais minerais benéficos para o corpo. Dependendo de onde se vai, há vários resorts que circundam o lugar. Aí é permitido trocar roupa, duchas com água doce para se lavar depois, refrescos variados... enfim, tudo para se sobreviver ao calor e ao sal que circunda o lugar. Adorei o horizonte castanho azulado, o céu e a água parada que não se distinguiam. Estivemos aí cerca de 3 horas, e uma hora e meia perdeu-se na preparação para entrar no mar e para se lavar depois de estar na praia.

Pelo caminho está Jerico, a cidade mais antiga do mundo, de tantas lendas, mitos e histórias que se contam por milénios. Infelizmente não fizemos paragem aí, mas há pacotes que incluem todas as voltas e muitas outras cidades como Belém.


Passamos alguns dias em Jerusalém, vivendo e passeando por lá, comendo Kebabs, Hummus e tantas outras coisas. Há uma variedade grande de doces árabes e turcos em todo o lado, como baclavas e geleias açucaradas.Um lugar que é obrigatório visitar é o mercado Mahane Yehuda - havendo também mercados em Tel Aviv semelhantes, caso futuros visitantes  estiverem apenas um fim de semana em Jerusalém. Este mercado é Judeu, e portanto não trabalham no Sabbath, logo sábado não está aberto. Fomos para Tel Aviv de Sherut, num táxi partilhado, uma vez que todo o serviço de autocarros só voltaria a funcionar no final do dia, no final do Sabbath. Foi seguro, rápido e sem qualquer problema. Estava com receio de utilizar esse meio de transporte mas não houve qualquer falha por parte de quem ofereceu o serviço e dos outros passageiros. 





 Voltando para Tel Aviv que é uma cidade moderna, recente, criada no século XX, envolvendo a antiga cidade de Jafa - foi um bom contraste. Em Tel Aviv Yafo ou Jafa é onde se pode visitar um dos mercados mais antigos da cidade, com velharias, tapetes, artesanato, de tudo um pouco. Mas sem dúvida que o clima de praia é muito convidativo e tentei passar parte dos meus dias lá. Mais atrativos são todos os restaurantes à beira mar que servem uma enorme variedade de peixes grelhados. É uma cidade organizada, com uma rede de transportes públicos fácil e acessível. O único senão é  o seu custo de vida, talvez seja tão cara como Londres, então um jantar de pizzas para dois facilmente chegava aos 60 EUR. Não levamos Shequels conosco, tendo levantado no aeroporto quando chegamos, numa caixa automática, Sem problemas!
Gostei de ver o quão cosmopolita Tel Aviv é, cheia de vida e se assemelhando tanto às cidades e costumes europeus. Ao contrário de Jerusalém, que exige determinados padrões de indumentária e conduta, como ombros cobertos e pernas cobertas até aos joelhos. 
Só quando estávamos na praia sentíamos algum tipo de tensão, sempre que um caça sobrevoava a costa de 30 em 30 minutos. Mas suponho que sejam medidas necessárias para as realidades e opções políticas deste país. 




Sem dúvida é um lugar ao qual adoraria retornar e que me surpreendeu tanto.  Finalmente, aconselho uma ida antecipada para o Aeroporto, a volta pode tardar mais no aeroporto Ben Gurion que outros aeroportos do mundo. Há uma série de procedimentos que devem seguir e pelas quais passamos, tendo demorado 1 hora até chegarmos ao final de toda a inspeção de bagagem, documentos, enfim... todo o possível e imaginário. Para quem tem medo de questões de passaporte, não carimbaram o meu, apenas me deram um pequeno cartão de papel, que tinha a minha data de entrada e até quando poderia permanecer no país.







Até à Próxima Israel.





www.beinharimtours.com

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