segunda-feira, 21 de abril de 2014

Idosos e Nós, no Brasil


Foi uma Páscoa diferente, no Brasil e com a família do Guilherme, sem procissões durante uma semana, sem visita da cruz, enfim diferente, mas igualmente bonita! Visitei as avós quase centenárias da família - ao contrário da minha jovem família europeia, as minhas avós só tem 65 anos, e os meus pais 45. Aquelas avozinhas de descendência alemã, tão frágeis, fizeram-me pensar na quebradiça realidade que assola a Europa, com uma população super envelhecida e que não vê tendência de abrandar. São como crianças, bebés frágeis que dependem de um adulto, dizem coisinhas que fazem derreter o coração, mas também coisas que não entendemos ou às vezes alguns rejeitam por acharem mau, incorreto, feio. Mas pobrezinhos, são só bebés numa pele encurricada e uma coluna torta. Para aqueles que ainda tem as avós vivas e perto, só desejo paciência, tranquilidade e respeito. São pessoas que como nós sofreram tantos traumas, e talvez mais violentos que hoje em dia. Como nós, passaram por guerras, crises, faltas, fomes. Eu tenho saudades das minhas avós, tanto, que me cresce uma culpa por dentro, e só estou fora de casa há 4 anos.

Eles merecem um troféu de paz nos últimos momentos das suas vidas. Precisam de amor, elogios, carinho, que lhes toquem na mão, no rosto, que digam que está bonita, cheiroso. São pessoas que sabem que a morte está perto, alguns mais conscientes que outros. São pessoas que vivem cada segundo como se fosse eterno, ou que vivem cada segundo como se fosse o último. Cada idoso já foi um adulto, tem uma personalidade única e um coração cravejado. Lembro que dependente do País onde eles se encontram há leis que até os protegem, mas quem os devia proteger sem sequer recorrer a lei nenhuma é a sociedade e a família. Sim, é fácil falar, temos uma vida célere, de 44 horas semanais de trabalho no Brasil, de duas horas de engarrafamento por dia, sem tempo nem para jantar em família. Eu sei. Mas temos de fazer alguma coisa! Temos de amar mais e ensinar quem não sabe amar, a amar sem medo! A ajudar sem querer nada de volta - porque um dia mais tarde, nós vamos ser os idosos de uma família grande ou pequena - e essa de ter filhos para cuidarem de nós quando envelhecermos é a maior mentira do século. Os filhos vão e alguns nunca mais voltam. Só queria com isto apelar por mais amor e respeito pelos idosos, que se lembrem que tantos deles são como bebés, sozinhos e à procura da mãe com a mamadeira na mão.

A nossa responsabilidade: Pensar em soluções, acudir, ensinar bondade. O meu pensamento está com as minhas avós lindas e de sotaque português - cheias de ensinamentos e filosofias do que é melhor ou pior. Transfiro o meu amor e pensamento para as avós brasileiras que conheci este ano, tão tão frágeis, e tão amorosas. 

Agora sim, Feliz Páscoa 

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm
Estatuto do Idoso:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Casamento de Portuguesa e Brasileiro residentes no estrangeiro.

Casamento de Portuguesa e Brasileiro residentes num país estrangeiro. Que documentos necessitam? Que burocracias nos aparecem pela frente? E quanto tempo demoram todos esses procedimentos?

Quando decidimos que iamos casar começamos a tratar de todo o processo com um ano de antecedência. Queriamos garantir ao máximo que não haveriam surpresas que nos fossem atrasar todo o processo.

No nosso caso, viviamos num país estrangeiro, no caso a Hungria. Decidimos contactar as duas embaixadas e pedir auxilio na coleta de todo o material. Nesta matéria não nos poderam ajudar muito. As embaixadas fazem casamentos entre o estrangeiro e o nativo do país onde a embaixada se encontra, no caso um Húngaro - não entre dois estrangeiros como no nosso exemplo. Para além disso, implicaria a tradução autenticada de todos os documentos para Húngaro. Saíria tão ou mais caro que o processo em Portugal. A embaixada do Brasil ajudou imenso para o pedido do visto permanente para mim, Portuguesa, tudo à distância - falarei disso num outro post.

Decidimos então que nos iamos casar em Portugal, mesmo sendo residentes na Hungria, e tendo o meu marido um visto de residência Húngaro e não Português - Sem problema!
Citando o portal do cidadão português, estes são os documentos que necessitamos do cidadão estrangeiro para iniciar o pedido de casamento em Portugal:

"As regras para o casamento entre ou com cidadãos estrangeiros são as mesmas que se aplicam ao de dois portugueses, devendo, no entanto, os noivos estrangeiros entregar um certificado de capacidade matrimonial passado pelas autoridades competentes do seu país de origem. Além desse certificado, os nubentes estrangeiros deverão apresentar igualmente uma certidão de nascimento, o título ou autorização de residência e o passaporte ou documento equivalente."

http://www.portaldocidadao.pt/PORTAL/pt/Dossiers/DOS_vou+casar++quais+os+procedimentos.htm?passo=4

Necessitamos de provar que o meu marido era solteiro - e isso se não for retirado no Brasil, pode-se atestar na embaixada do Brasil com duas testemunhas de cidadania brasileira. Esse atestado foi suficiente em Portugal para efeitos de capacidade matrimonial.
O título de autorização de residência é muito importante. Não sei que procedimentos seguir caso seja um estrangeiro sem autorização de residência. Utilizamos o visto Húngaro sem problemas.

Com toda a documentação necessária, e sem necessidade de tradução por ser tudo em Português, partimos para um Cartório Notarial da minha cidade de residência/nascimento em Portugal. Aí fizemos o pedido de casamento, com toda a documentação requerida, escolhemos o regime de bens que iriamos celebrar e cada regime de bens acarreta um diferente preço, sendo o de comunhão de bens adquiridos o mais barato:

"Os noivos têm de decidir igualmente o regime de bens desejado. O regime da comunhão de adquiridos é o regime supletivo, ou regime definido por defeito, ou seja, a situação que prevalece se os noivos não estabelecerem uma convenção antenupcial que refira outro regime de bens.
 
Os regimes de separação de bens e da comunhão geral são os restantes tipos de regimes de bens previsto na lei."

http://www.portaldocidadao.pt/PORTAL/pt/Dossiers/DOS_vou+casar++quais+os+procedimentos.htm?passo=1

Depois só nos resta esperar pelo OK do SEF - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, que é dado diretamente ao Cartório Notarial.

A parte que facilitou mais todo o processo foi o facto da minha cidade ser relativamente pequena, agilizando todo o processo. O SEF investigou o meu marido, facebook, pediram cópias dos nossos passaportes para verificarem se já tinhamos viajado juntos, fotografias juntos, comprovante de residência, contrato conjunto de aluger, correspondência nossa - no caso tínhamos vários postais de diferentes datas que ajudaram muito... enfim, o SEF passa um pente fino para verificar se se trata realmente de um casal verdadeiro e não uma farsa. Demoraram um mês e meio desde o pedido de casamento até ao OK do SEF. Depois o cartório entrou em contacto conosco e pediram para marcarmos uma data de casamento.

Foi tão simples assim. Comparecemos na data, o nubente estrangeiro com o passaporte e eu com o cartão de cidadão - e não há outra opção! Para cidadãos portugueses o único documento válido para casamento é o cartão de cidadão.

Esta pode ser talvez a parte mais difícil para alguns casais. Há muitos casais separados, aí suponho que seja necessária a residência em Portugal para iniciar todo o processo. Vale provar a longevidade da relação, ou de que se trata realmente de um casal sobretudo no momento que o SEF for verificar todo o estatuto do casal.

Basta-me desejar boa sorte a todos os que decidirem começar esta aventura. Portugal surpreendeu muito pela facilidade e rapidez que todo o processo levou.


 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Moving my European life to Brazil





It has been little more than one month since I have arrived to Brazil. More in particular, Porto Alegre in the state of Rio Grande do Sul. Reason for moving: Brazilian Hubbie, we had to move here for diverse unavoidable reasons.

Gosh... Adaptation is the key of this new entry. And I thought it would be easier for me, having already travelled to different places, lived abroad for 3 years, living with a Brazilian, my husband, for another 2 years, visiting Brazil often, and finally speaking portuguese natively. It was and it is still hard.

The shock for me is still big. There are things I can't understand or don't make sense at all for me. Everybody knows how public transportation is horrible - and guys, I will be just another one adding to this statement, that they're in fact bad. There are some selective buses you can catch, more expensive, that your employer normally does not cover on transportation tickets, but unfortunately it doesn't go everywhere in just one sit... so most of the times I don't consider them useful. Probably you will have to get in at least 2 to cross the city - the same with the normal buses (which go crowded and over limit). But at least I have to praise on how cheap taxis are. I can say that it's the same price range as in Budapest, and good thing you can catch them in the street, no problem, and go anywhere you want - Some places in the world you can't do that otherwise taxidriver will overcharge you. I guess they're pretty controlled around here, and on a consumer perspective, I feel happy, safer and love to make them as my way of transportation. SO, first thing you do when you arrive here: Start saving money to either buy a car, van, motorbike, something that will give you easy locomotion.

Poverty here is big, robberies % I guess too - But everybody says this is one of the best and safest states - and I appreciate that. I am living in Cidade Baixa, and I guess it's a not such bad neighbourhood for you to live in. You can walk pretty much everywhere, nice pubs and restaurants, near the city park, near shopping malls, many buses go around here to everywhere... Overall it's good. Bad thing is how noisy has been lately.. I was told it was not so crazy in the streets at night compared with right now.. maybe the city center is slowly migrating to Cidade Baixa. So this means a lot of bad things are migrating to Cidade Baixa. Couple of weeks ago I saw - heard two gunshots - no casualties thank god, in my street, right under my window. Well I can say it was my first eye witness of a gunshot EVER - This was a bad thing. But an interesting fact over here, is that I do a lot of things for the first time. Seems like you are suprised everyday, something has to happen all the time to change your life, your day.. it's kind of exciting for an adventurous person, for me it's interesting sometimes... some days I get really irritated on how can it be like this. So ocasionally I have some fellow tramps or beggars living next to us, or randomly spread through the streets. No problem so far with these guys... I guess the problematic thieves are easily identified if you are aware of life around you in the streets. So basic things for me now is selecting what I'm taking with me in my purse; try not to take my galaxy out in the middle of the street, only if I see it's OK; try not to use so many real jewelries  if I am walking long ranges or something; I guess I'm more alert to my surroundings too - maybe as much as when I'm in the metro in Paris, but now constantly.

Then what I dislike, is how people fight corruption and badness with badness, anger and destruction - Guys this is not how you win a revolution. The Love you take is equal to the love you make. Sometimes I feel Brazil is only a step to reach hard terrorism. I can imagine how angry a man can become to the point of exploding himself in the middle of parliament.  Corruption is everywhere, lack of inspection too - till the lady who prepares food at home and distributes it, with no authorization or receipt, till the big guys with the President in Brasilia. I also got to know how voting is compulsory here... That does not make any sense at all in a country with the lowest rates of literacy. I can imagine that if voting is not compulsory most of people voting will be the medium and high class, who have skills for assessing a candidate for whatever role or responsibility. I guess that guys like Tiririca would reduce rapidly. But in the end, so many lobbies, and bad selfish people, that I guess all of this will take maybe more than 50 years to fight. I still have met a lot of people that think that here is the best place in the world to be. It is sometimes, it is not many other times. I'm still trying to balance my scale.

I will finish this post with price - quality of things in Brazil and Rio Grande do Sul. The best on this state: incredibly tasty and price friendly meat, the best in the world probably; juicy, healthy cheap tropical fruit - even the pears here taste better; manicure, pedicure, beauty salon, for me the cheapest and best worldwide might be here; petrol price - compared with Europe; I love taxis here; people are friendly, smile at you randomly, this sometimes makes my day; Bars, restaurants, everywhere you go for fun or pleasure, the service will be great!!
 Then you decide you want to buy a perfum, a nice french perfum, if you are willing to pay double price, that's Ok. Then Clothing... for example Zara,  my cheap childhood dressing brand, here is for medium high class, where you pay at least 100 EUR on a simple short polyester dress. But not only Zara, pretty much everywhere you are going to pay a lot for low quality things. Even Ikea bed linens - there's no IKEA in Brazil unfortunately - are better than some of the most expensive stores over here. This will happen on a daily basis, unless you are buying a cow leather carpet or leather boots - which are cheaper than in Europe for sure.
So many things in brazilian stores are made in China, and the things that are made in Brazil, maybe 60% of them, look like if they were made in China. I believe that these textile industries in Brazil have a bigger capacity of doing something better than competing with China in low quality assets. Even the textiles' patterns are ugly. Gotta say though, that shoes here are beautiful and with a very good quality, that made me a little happier! Summarizing, high taxes on imports, that everybody knows right? Guess it's part of my adaptation. But even drinking my favourite beer, a tasty Guiness, goes as a medium high class choice, which sometimes I cannot afford.
Buying a Flat here, a nice new flat in a new nighbourhood is as expensive as buying a nice flat in Lisbon with view to the ocean. Technology is expensive, random car brands are expensive, unless they were manufactured in Brazil, but is it ok paying 20K EUR for a Honda? That can be a price of a second hand Mercedes in Europe. Anyway, I will keep writing about life here. I am sure my idea of things will change gradually and it will be nice to remember how I thought when I arrived here. I am sure I will start liking it little by little, since there are many good things here too. The problem is that too many times the bad things overcome.

Finalizing, there are many job offers for almost every field of work. The important thing is that you arrive with your paperwork ready to work, especially if you are coming to a state that is not Sao Paulo or Rio - but anyways everything is possible. I guess that in both Sao Paulo and Rio, it's faster to find a job and an employer more willing to legalize you than in other states.  Then keep your eyes wide open, because the same job position can have three different salaries, exactly in the same city, with the same working hours. I am sure this happens in many other places, but the difference here can vary from 350 EUR until 1000 EUR for example.



sábado, 12 de outubro de 2013

Jerusalém, Mar Morto e Tel Aviv




No inicio deste Verão de 2013 partimos para Israel, tendo quase uma semana para explorar o melhor que este país têm para oferecer.
Os Israelitas são um povo acolhedor, simpático e prestável. De todas as vezes que paramos na rua para ler um mapa, éramos sempre abordados por alguém que nos oferecia sugestões de chegar ao nosso destino. Sempre com um inglês fluente, nunca tivemos problemas para nos comunicar. Foi talvez mais tranquilo visitar Israel do que o Rio de Janeiro mesmo falando a mesma língua. O serviço militar é obrigatório então é comum ver pessoas fardadas nos mais diversos lugares, almoçando, passeando, ou apanhando o autocarro conosco. Fiquei com uma enorme vontade de voltar ou talvez até morar em Tel Aviv. Israel mostrou-se um país rico e surpreendente.







Chegamos a Tel Aviv durante a semana pelas 11:30 PM. O movimento da cidade assemelhava-se ao diurno de uma outra qualquer capital. Estava um pouco apreensiva, pois os conflitos nos países vizinhos me criavam medos desnecessários. O aeroporto Ben Gurion é talvez um dos maiores e mais modernos que já visitei - a grandiosidade deste aeroporto acaba no retorno por se tornar em algo complicado e demorado. O aeroporto têm comboio que conecta o aeroporto ao centro da cidade por um bom preço. Chegando à estação Tel Aviv HaShalom foi só erguer o braço para apanhar um táxi, seguindo para o nosso destino da primeira noite. Sem qualquer medo ou ameaça se caminha à noite por Tel Aviv, e nós optamos por jantar no Moses, uma cadeia de restaurantes que prepara uns hamburgueres deliciosos e que se encontra espalhada pela cidade.
Tínhamos planeado que começaríamos com Jerusalém e o Mar Morto retornando para Tel Aviv no final da visita.



Decidimos que iríamos com uma companhia turística para Jerusalém, e com eles visitaríamos os dois pontos turísticos. Penso que foi uma ótima ideia uma vez que não nos tivemos de preocupar com aluguer de automóvel, gasolina, GPS, etc. No entanto, para quem for mais aventureiro, aconselho vivamente o aluguer de um automóvel ou uma moto. As estradas são extremamente boas, seguras e bem sinalizadas. Fomos com a Bein Harim, e aconselhamos a todos que procurarem a mesma opção.





Chegando a Jerusalém, que fica bem no cimo de uma montanha, cercada com as suas muralhas... fiquei muito entusiasmada e com vontade de voar até lá dentro para engolir tudo o que via. No meu caso, estava com expectativas muito grandes de visitar esta cidade milenar desde ano e a comoção era grande. Jerusalém é dourada e cor de areia, com um céu azulão a cruzar todos os seus horizontes. Existe uma espécie de poeira clara que banha os edifícios e montanhas. É sem dúvida deslumbrante. Jerusalém não é tão Souk quanto Marraqueche, mas facilmente nos perdemos por lá se não  houver um guia ou um bom sentido de orientação aliados a um mapa.



A Cidade está dividida em 4 partes, Judeus, Muçulmanos, Arménios e Católicos. Para uma cidade do  médio oriente, é de salientar como a organização impera, independentemente dos bairros. Há vários lugares para visitar, entre o Santo Sepulcro, o Muro das Lamentações, a Mesquita Al-Aqsa, a Torre de David entre muitos outros, é importante antes de visitar esta cidade ter em mente do quanto turística é e de que infelizmente muitos lugares sagrados não são tão respeitados quanto deveriam. Fora das muralhas da cidade, o mais importante se foca no Monte das Oliveiras. Não querendo retirar o charme deste lugar, penso que acabou por se converter num cemitério de cal que se estende quase até onde a vista alcança. Dentro de muitas curiosidades vimos o lugar onde Judas se enforcou, onde Jesus rezou antes de ser julgado, a Via Dolorosa. Enfim, uma parafernália de coisas, das quais não quero retirar a primazia da descoberta a futuros visitantes. 






 



Lembrem-se também que a Jerusalém que está à vista de todos hoje em dia, não é a mesma de há 2000 anos atrás. Jerusalém está 20 metros acima da sua estrutura original. 




Os lugares que mais me fascinaram foram a suposta pedra de mármore avermelhada onde Jesus foi lavado depois de morto. O beatismo em volta daquela pedra era imenso, mas pareceu-me dentro de tudo ao meu redor o que mais se assemelharia com a realidade. O Lugar onde Jesus foi sepultado levava uma fila de várias voltas num enorme salão. A espera era longa e decidi não visitar. Senti-me um pouco traída, pois como católica, pareceu-me que deveria ser um lugar mais digno, onde o silêncio deveria imperar e não ser permitido tirar fotografias... mas enfim. 








O outro lugar que gostei de visitar no Santo Sepulcro foram dois túmulos bem no início das fundações do Sepulcro. Parecia estar a uns 15 metros abaixo do nível térreo. Parecia original e mantido nas condições primárias. Depois à medida que mais descobríamos sobre Jerusalém víamos que há muitas teorias sobre onde pode ter sido o túmulo de Jesus. Enfim. O nível de descrentes ao meu redor aumentava à medida que as horas passavam. Mas tentei manter-me fiel ao que acreditava e selecionando apenas o que mais gostei de ver.
Era apenas Junho, mas estava tanto calor. Procuramos uma sombra para almoçar no último andar de um edifício no centro da cidade. Almocei com vista para todos os grandes edifícios de Jerusalém e com um calor abrasador, que se acalmou apenas com a quantidade de refrescos com que bombardeei o meu corpo.




Seguimos com a  Bein Harim para o Mar Morto. Sinceramente sugiro que não passem muito tempo aí, a não ser que haja um pacote incluído de SPA. O Mar Morto, é exatamente um mar sem vida, com níveis de salinidade extremamente altos. O ponto mais abaixo a nível do mar no nosso planeta. A água é tão salgada que queima os olhos e a boca - é importante não fazer uma tentativa de beber água do mar morto - não vale mesmo a pena. A praia que envolve o mar é de lama, uma lama com propriedades e sais minerais benéficos para o corpo. Dependendo de onde se vai, há vários resorts que circundam o lugar. Aí é permitido trocar roupa, duchas com água doce para se lavar depois, refrescos variados... enfim, tudo para se sobreviver ao calor e ao sal que circunda o lugar. Adorei o horizonte castanho azulado, o céu e a água parada que não se distinguiam. Estivemos aí cerca de 3 horas, e uma hora e meia perdeu-se na preparação para entrar no mar e para se lavar depois de estar na praia.

Pelo caminho está Jerico, a cidade mais antiga do mundo, de tantas lendas, mitos e histórias que se contam por milénios. Infelizmente não fizemos paragem aí, mas há pacotes que incluem todas as voltas e muitas outras cidades como Belém.


Passamos alguns dias em Jerusalém, vivendo e passeando por lá, comendo Kebabs, Hummus e tantas outras coisas. Há uma variedade grande de doces árabes e turcos em todo o lado, como baclavas e geleias açucaradas.Um lugar que é obrigatório visitar é o mercado Mahane Yehuda - havendo também mercados em Tel Aviv semelhantes, caso futuros visitantes  estiverem apenas um fim de semana em Jerusalém. Este mercado é Judeu, e portanto não trabalham no Sabbath, logo sábado não está aberto. Fomos para Tel Aviv de Sherut, num táxi partilhado, uma vez que todo o serviço de autocarros só voltaria a funcionar no final do dia, no final do Sabbath. Foi seguro, rápido e sem qualquer problema. Estava com receio de utilizar esse meio de transporte mas não houve qualquer falha por parte de quem ofereceu o serviço e dos outros passageiros. 





 Voltando para Tel Aviv que é uma cidade moderna, recente, criada no século XX, envolvendo a antiga cidade de Jafa - foi um bom contraste. Em Tel Aviv Yafo ou Jafa é onde se pode visitar um dos mercados mais antigos da cidade, com velharias, tapetes, artesanato, de tudo um pouco. Mas sem dúvida que o clima de praia é muito convidativo e tentei passar parte dos meus dias lá. Mais atrativos são todos os restaurantes à beira mar que servem uma enorme variedade de peixes grelhados. É uma cidade organizada, com uma rede de transportes públicos fácil e acessível. O único senão é  o seu custo de vida, talvez seja tão cara como Londres, então um jantar de pizzas para dois facilmente chegava aos 60 EUR. Não levamos Shequels conosco, tendo levantado no aeroporto quando chegamos, numa caixa automática, Sem problemas!
Gostei de ver o quão cosmopolita Tel Aviv é, cheia de vida e se assemelhando tanto às cidades e costumes europeus. Ao contrário de Jerusalém, que exige determinados padrões de indumentária e conduta, como ombros cobertos e pernas cobertas até aos joelhos. 
Só quando estávamos na praia sentíamos algum tipo de tensão, sempre que um caça sobrevoava a costa de 30 em 30 minutos. Mas suponho que sejam medidas necessárias para as realidades e opções políticas deste país. 




Sem dúvida é um lugar ao qual adoraria retornar e que me surpreendeu tanto.  Finalmente, aconselho uma ida antecipada para o Aeroporto, a volta pode tardar mais no aeroporto Ben Gurion que outros aeroportos do mundo. Há uma série de procedimentos que devem seguir e pelas quais passamos, tendo demorado 1 hora até chegarmos ao final de toda a inspeção de bagagem, documentos, enfim... todo o possível e imaginário. Para quem tem medo de questões de passaporte, não carimbaram o meu, apenas me deram um pequeno cartão de papel, que tinha a minha data de entrada e até quando poderia permanecer no país.







Até à Próxima Israel.





www.beinharimtours.com

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Paris Line Up


Acho que tenho sorte por já ter ido a Paris várias vezes. A minha avó paterna vive em Paris há cerca de 30 anos. Para mim nunca foi a cidade do amor, mas talvez um ponto de encontro – como se fosse uma gigante de uma estação de comboios – que é de salientar como a rede pública de transportes é exemplar.
Penso que antes de se visitar Paris, o conselho que dou é: esqueçam todas as imagens românticas, tentem ir sem grandes expectativas, pesquisem sobre assuntos atuais ou espetáculos que estejam a decorrer. Não quero com isto dizer que se temos expectativas demasiado altas de Paris ela não as cumpre – muito pelo contrário, acho que surpreende sempre, pelo menos em alguma coisa: na sua grandiosidade, os museus, as pessoas, a comida ou mesmo o comércio que envolve toda a cidade. 

Os meus momentos favoritos para visitar esta cidade são o Natal e o Verão. Este ano infelizmente não tivemos muita sorte, pois o verão tardio europeu de 2013 ainda não tinha chegado em Maio. No Natal torna-se neste centro comercial frenético, muitas luzes, decorações - enfim, não digo que é o conceito de natal perfeito, mas é engraçado visitar pelo menos uma vez! No Verão, cheira a flores, os bonitos pombos franceses ainda andam sempre apaixonados, muitos gelados e esplanadas convidativas. Perfeitas condições climatéricas para visitar toda a cidade sempre caminhando.

É literalmente a cidade que nunca para, como Londres. Mas Paris não é para moles - pelo menos comparando com outras cidades europeias. É uma cidade feita de gente com pressa, dura, “minding their own business”. E se quem pensa que “Ah, será como Madrid ou Barcelona ou Roma”. Penso que aqui é muito mais. 


Os franceses tratam-se bem em termos alimentares. Desde o pão até às bolachinhas, manteigas, queijos, vinhos, sumos naturais, pastas entre outros, é de fazer inveja aos países da Europa Central. E o mais absurdo para mim foi ouvi-los dizer que não compravam esses produtos do Carrefour ou de outros supermercados (que tinham um aspecto delicioso) - pois dizem que há muito melhor! Que há produtores locais que fazem os melhores queijos, Chateaux privados e fantásticos que fazem os melhores e vinhos - até a carne! Porque para ser em França é necessário ter um título e uma certificação. O verdadeiro carniceiro produz as próprias salsichas e fiambre. Enfim aqui tudo é extremamente delicioso. E a cereja em cima do bolo: Em França, como em alguns países europeus, O cliente têm SEMPRE razão. Se o steak não está bem passado, vai para trás sem qualquer problema - eu sei que isto pode parecer normal em Portugal ou Espanha, mas mais uma vez, não é assim, só se for um restaurante extremamente bom! Em Paris, senti isso em todo o lado onde fui, e sem dúvida que muitos deles não eram lugares que cobravam preços exorbitantes.


Falando da cidade em si, o meu local favorito é o Quartier Latin e Saint Germain. Sem dúvida que aqui é tudo muito francês. Os prédios, o rio que às duas por três está do nosso lado, Notre Dame, as Universidades, o Pantheon, muitas árvores, tocadores de acordeão,  os jardins que se encontram quase em todo o lado, entre muitas outras coisas. Foi por aqui que revisitei a cidade, e se tivesse que escolher um lugar para viver em Paris, com certeza seria neste bairro! Há muitos restaurantes amigáveis para turistas e com menus a bons preços no Quartier Latin – sem dúvida ajudam a continuar a jornada e por um preço bastante bom!

Depois para a digestão, vale a pena fazer um passeio até à Boulevard Saint Germain. Encontramos uma loja enorme de discos antigos aí. Podíamos passar todo o dia aí de tão grande que era.





Depois vem o clássico: L'Etoile (arco do triunfo), Champs Elysees, Jardin des tuileries, Mini et Grand Palais, A Ponte Alexandre III, e se ainda houver espaço para uma caminhada: a Torre Eiffel. Sou suspeita, pois nunca subi nem nunca tive curiosidade de subir à Torre Eiffel. Mas sem dúvida que não digo não à vista que se tem através do Trocadéro. Há algo de especial – mesmo apesar de ser tão cliché. Um Must Visit de Paris - não menosprezem o Trocadéro.



Depois quando olhamos para o mapa, notamos que ainda há muitas coisas para ver. Mas ficamos pelo que o tempo permite. Quando se visita a Opera, é só andar um pouquinho mais e logo se está nas Galerias Lafayette – muito cuidado para quem adora compras. É muito fácil perder a cabeça nesta rua de comércio charmosa – Fico sempre com a impressão que é infinito. Mas sem dúvida que a minha preferida nestas galerias não é de roupa. Adoro a Ladurée , a loja de macarons parisiense.




Vemos que ainda temos Blanche e Monmartre, como bairros de Paris para visitar. Em Blanche pode-se ver o Moulin Rouge – coisa que eu aconselho fazer à noite ou ao final da tarde, muito mais charme ver o Moulin rouge à noite. Mas  mais uma vez, por favor não ir com a expectativa de que vão encontrar o Ewan Mcgregor a cantar apaixonadamente. Depois Vale a pena passar uma manhã em Monmartre, visitar o o Sacré Coeur, os pintores locais, e descer a rua Le Pic.













Ainda temos o Père Lachaise  para quem faz muita questão de ver  a sepultura do Jim Morrison. E depois de 5 dias ainda não tínhamos visitado o Louvre. Antes de visitar o Louvre e o Père Lachaise é importante confirmar os dias em que estão fechados. Também é muito melhor visitar o Louvre mal se tiver oportunidade e não deixar para o final. Conheci uma família de brasileiros que perdeu a visita do Louvre porque a deixaram para o último dia - e o pobre do Louvre estava fechado.







Para o Louvre, o que se lê de que é necessário um dia inteiro, é 100% verdade. É necessário na verdade muito mais que um dia. Muito importante ir com calçado adequado e já de antemão marcar as obras que mais se quer ver. Depois pegar num mapa na entrada e marcar onde se pode encontrar cada uma delas. E já agora, a Giaconda é mesmo muito pequena, e acho que fica reduzida por estar no museu onde está, pois há tantas coisas incríveis, como bases de piramides dentro do museu, A Estátua de Vitória de Samotrácia, A Vénus de Milo, entre outros . Á saída do Louvre, para quem ainda tem folego, vale a pena descer o jardim do palácio real até Concorde.




Por fim, e o que eu teria mudado na minha viagem seriam simplesmente os transportes públicos. Sim são incríveis as ligações que proporcionam. Mas dependendo onde se está alojado, pode demorar 30 minutos a chegar a Saint Lazare (uma das linhas principais). 30 minutos para ir e voltar para casa/hotel, é cansativo passado 6 dias. E quando se visita Paris só com 3, é demasiado tempo perdido!  Mas bom, de resto foi perfeito. Paris é grande, e têm muitíssimas coisas para ver, então apenas um fim-de-semana é muito pouco. O ideal é serem 5 dias completos - e mesmo assim ainda se vai correr para conseguir ver tudo. Nós não conseguimos ir a Versalhes desta vez, e lá perde-se um dia inteiro. É necessário apanhar o comboio. Vale muito a pena - é um palácio belíssimo, foi a residência de Marie Antoinette. Não conseguimos também ir ao Musée D'Orsay, o Palais du Toquio entre muitos outros, ficarão para uma outra visita.









segunda-feira, 22 de abril de 2013

When you get sick in Hungary...

I have been in Hungary for more than 3 years now, and I feel that I'm quite acquainted with the health center points spread within Budapest and its districts.

My doctor, she's a lady! In the full meaning of this word. Her English is great and she is kind and caring. As a doctor should be: Human.

 

Not human is how this particular health points work and the hole system itself. When you arrive to the “Kozpont”, you go to the office’s door assigned to your doctor. And you should ask “who is the last person” for all the other patients waiting. Meantime loads of people come and say they were already waiting before me, but they just went to do something meanwhile. With my language barrier and what I think to be the correct concept: I wait for my turn. Waiting that the “last person” gets in. So then I know that I’m the next… but someone meanwhile will come and say “HEY! I’M THE NEXT NOT YOU!!!” – Angrily shouting as if what I’m doing is a kind of  infraction.

 

I wonder how expensive it might be using some kind of ticket machine like in the post office, to know when it is your turn and be organized within each other. I’m not even talking about hiring someone extra to do the job – gosh, we really don’t want to pay an extra salary here in Hungary.

I get very angry to know that a big chunk of my salary goes to the government. I’m talking of something like 40% of it. Are these retro ticket machines that we have in the post office so expensive?

In my country we use this kind of system when you go to some illegal place: like a wizard or fortune teller’s house - really… It’s all very secret and low profile. But talking about Public Health?

 

I wonder…

 

Still I love Budapest and Hungary – this is a constructive opinion.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

The old town of Marrakech





For me the best words to define the old city of Marrakech are: fuzz and misterious. By the time the plane landed we could already go through a cloud of red dust on the horizon of  a late afternoon. The sky was light blue but also  dark and undefined. After passing the passport control - which was quite fast and carefree, a short adventure took place, and even though it was in a few days, I remember every minute in detail - perhaps because it was so unique and  it was also my first contact with  Northern Africa, which was undoubtedly unforgettable.



The constant bargaining was always present. From the taxi driver in the airport to take us to the  city center, to everything and anything they would want us to buy, this was constantly  present throughout the journey until  our return to the airport. Also, even though communication in English was fairly easy, the use of French was also constant - especially in times of alarm.








We stayed in the center of the Souk, in Riad Karmela, with cotton curtains that fluttered with wind and with Arabic loud in all living rooms and bedrooms, with this typical architecture, flowers and smells that inebriated us ... We were greeted with mint tea, which I always wondered which would be the feel that would bring, drinking a hot tea on sultry day of July of 40 º C - And I'm not used to drinking Argentinian or Brazilian mate but I suppose the feeling is similar.
 
When we finally reached the city center from the airport, we found ourselves embedded in a sea of expressive, ​fast and curious people. I felt many different scents, many different sounds: the engines of cars and scooters, horns, each in a different direction, people mixed in the middle of the road with all this traffic, flutes, salesmen ... and suddenly, when we allowed ourselves to be undistracted by this unique setting, we saw a man who appeared to be 70 years old, taking our luggage through the crowd, in an improvised wheelbarrow. In 3 seconds we payed the taxi driver a whole bill, the agreed amount, and went running after this man who took our bags. He appeared to know what he was doing, in a very organized and confident way, by a crowd anything but organized or private.

 



His french was a bit  incomprehensible to me, but I couldn't complain, I understood everything that was needed. So in 15 minutes we saw Marrakech like it would be the last 15 minutes of our lives and that all important images fill our head. That was it. Many colors: red, yellow, many voices, many spices in the air, gasoline, gold, bijus, carpets, exotic pottery, bracelets, paint, animals: monkeys, camels, snakes, everything and everyone in perfect harmony amidst sellers, cicerones, tourists, and this man taking our things in his wheelbarrow. I had thought that we could have been doing this way from the taxi to the Riad alone - but then  I realized it would have been totally impossible: for me the Souk is the most perfect definition of a real maze.





We finally arrived. "We arrived at the Riad" says our silent carrier. We payed the agreed - I do not remember how much it was because it was so little and I was too stunned and distracted with everything. I felt inside an unique and unknown city that I couldn't compare with another, where I had already been before. I was also a little insecure when I saw that the entrance of our Riad was in the middle of a long, narrow street - that could be a scary alley in Lisbon, Paris, Madrid or London ... But after a few more hours I noticed that all streets were like this one, and that took my fears away. We went in and suddenly, so instantly, when we closed the doors, there was only silence and running water of an inside lake the Riad had in their common courtyard. We were served with all the friendliness and usefulness, more than in many other european cities and its expensive hotels. Finally it was short minutes after that our mint tea  came, and almost immediately we could relax and digest everything we had seen. I had never felt so many emotions and feelings in such a short time, about 30 minutes - and basically this could be the resume of our visit to Marrakech.
 
 




I think my most important advice here is: If you are staying in a souk or in the old town of a similar city, I think it is important that the hotel is at least very good. We would have returned exhausted from this trip if the Riad wasn't this harem of tranquility. The late afternoon's and the breakfasts were a recharge  for our batteries from all that rush that was outside of the very high red walls.




We stayed a short period time, so we hadn't time to visit the desert or the famous beaches of Agadir - I intend to return to Morocco, so I think these trips will stay for another occasion. For those who want to do all at once, a week or at least 5 days are required to thoroughly enjoy each waypoint: Marrakech, the desert and the beaches.


 In the days and nights that followed, we explored the city, we visited the medina, restaurants, private mansions that were open to visitors, we had our dose of bargaining and shopping and resting in the Riad. I think Marrakech is a large market where you can really find everything - from counterfeit shoes, watches, all kinds of food, clothing and carpets too beautiful "just to look." We were not traveling with large luggage so it was quite painful to think we couldn't take one of these carpets with us.


The heat is undoubtedly a destroyer, and mixed with all those different and particular smells, you have to stop in the middle of the day for about 2 hours - it is imperative. The restaurants follow the same style of our Riad: Quiet, floral, silent. The only sound that could be higher and pierce the high walls of the houses was undoubtedly the Muslim call for prayer - indeed the perfect place to recharge yourself and then keep your visit around the city.





What struck me most on this trip was  the constant  shock we felt on the daily confusion and clutter in the streets, contrasting with silence and steadiness within the restaurants, cafes and hotels. Here we started to really appreciate and value silence and the pleasure of a quiet meal. Then there is this always present mistery and puzzling feeling in the air. Maybe the cats in every corner and their prying eyes, just like the looks of its inhabitants, the mpty terra-cotta narrow streets, the sounds and the songs on every corner, the whispers in arabic... all of this makes this ambience unique.






We finished our trip with dinner at one of the many typical restaurants available in Marrakech. Later I did some research and didn't find so many positive online feedbacks as I thought I would - anyway for us it was excellent. We went to dinner at Le Fondouk next to the Medina, deeply integrated within the Souk. We went to the terrace on top of a 5 or 4 floors that the restaurant seemed to have. We were kindly greeted, with a staff fluent in English. After we reached our candle lighted table, we ritually washed our hands in 2 classic pots brought to us – the water had this lemon/lavender scent. The menu was rolled up like a papyrus, and we chose two lamb dishes, that taking what my grandmother prepares, this must have been one of the best I ever had! The surrounding environment was decorated with small red roses everywhere, we dined by candlelight and as far as I remembered there was almost no electric light at all- I got the impression that there were candles everywhere and just more stars in the sky illuminating us. You could hear the call to prayer in the air ... all this mystery and atmosphere made me feel static in time, I think it was one of those moments that we’d remember forever in our lives – thickly charged of emotions and sensations. There were people of all ages at this common courtyard with us, and for a moment I was afraid, I thought this dinner would give a sum too high for our young traveler's pocket - in the end everything went well, enough into account, resulting in some 40 euros in total for us two including a a 3-course dinner.






And so we left Marrakech .. at the time we’d gone, I doubted whether I wanted to return to that confusion or not. But time told me so, and I deeply miss Marrakech. Secretly I felt I would come back when I went through those narrow streets, just not sure when. I want to return with time to do other things and visit other places than just the old city. I loved this little journey and no doubt it’s well worth repeating it.